quarta-feira, 27 de maio de 2009

Press Release


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Acredito que o encontrarei um dia (...) talvez no rosto do nosso filho, depois deste nascer, quando o seu corpo já tiver crescido. Talvez nessa altura os seus olhos, o movimento dos seus braços e o ritmo das pernas dêem nova existência à forma do pai. Talvez, se ambos fossem uma construção, olhando-os de longe, um caminhante pudesse ponderar sobre o mistério da vida: uma casa erguida certa vez, mesmo que caia, mesmo que arda, nunca deixa de existir. Haverá sempre alguém que fecha uma porta. Haverá sempre alguém que volta a abri-la. E a casa, ainda que não esteja lá fisicamente, sobrevive. A memória trata sempre de reconstruí-la até ao fim.


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in Astrid, de César Parreira

Revista BYPASS

1 comentário:

  1. Nas nossas memórias tudo continua a existir...
    Nas nossas saudades então ainda tudo respira...

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