domingo, 8 de fevereiro de 2009


"Naquele momento, o bar podia levantar-se sobre as próprias canas, deslocar-se durante um quarto de hora e voltar ao mesmo lugar com eles lá dentro. Pousar devagar. As aves podiam partir levando no bico a ponta das ondas. O mar poderia ser erguido no ar pelo impulso das aves. Com o fundo do oceano aberto, gente que estivesse exilada num outro mundo, à espera, poderia vir acolher-se ali, para fundar uma colónia nova. Gente que se recusasse a falar da dor, isto é, do mal. Isto é, que fosse inocente não por inocência, mas por discernimento." in O vento assobiando nas gruas, de Lídia Jorge.

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